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  • terça-feira, setembro 20, 2005

    A abécula


    A

    abécula é um dos instituídos apodos mais utilizados pelo português, se bem que tenha caído em desuso, quiçá por força de algum lobby das abéculas, que já não era a primeira vez, nem será a última, que um qualquer termo se viu ostracizado devido a estranhas pressões sobre si exercidas até se vaporizar por completo, não fossem os dicionários constituírem um repositório de memórias do que se vai olvidando ao longo dos tempos, valham-nos projectos como este dicionário de calão, que se tem ido enriquecendo muito à custa dos curiosos que a ele acedem, iniciativa, diga-se, por demais interessante e enriquecedora da mais vulgarizada arma de defesa e ataque das gentes, o insulto, que surge da forma mais natural e a que a nossa língua devota uma particular afeição, para já não dizer carinho, e de que somos, em geral, ferrenhos adeptos; este dicionário, para abécula, apresenta a sinonímia cretino, imbecil, burro, besta, calhau, cavalgadura, alimária, estafermo, este último uma especial invenção de tempos medievos que o português logo transmudou a seu jeito para um qualquer dos termos acima, com a sua já proverbial capacidade inventiva e de inovações polissémicas habituais, e uma especial atenção a um fantasioso imaginário que, à míngua de fadas, gnomos, duendes e quejandos, inventou gambozinos com que ocupar tempos de ócio mais ou menos bem preenchidos com outro tipo de preocupações culturais, como jogar à bisca.

    O mais provável é que, em algum período da sua vida, todo o indivíduo tenha sido abécula, pelo menos do ponto de vista de algum amigo, vizinho ou simplesmente desconhecido, que o termo é abrangente e suficientemente aberto na sua significância para nele caberem as mais variadas interpretações, tal como acontece em muitos outros casos análogos, como o cara-de-cu (à paisana ou com qualquer outra indumentária), o larilas, o melro (que agora me recorda a anedota, que há-de ficar para outra ocasião), o parvo (que nasceu pequeno e que depois foi aumentando até dar para tudo e mais alguma coisa, sobretudo para todas as ocasiões), isto para além daquela tendência para o meio-termo tão ao gosto dos portugueses, no género não aquece nem arrefere, muito embora seja mais do agrado geral o não fazer a ponta de um corno, que é como quem diz andar a coçar os tomates, não fazer nenhum, preferências estas que se reflectem, por exemplo, na maneira como identificamos qualquer coisa de forma precisa com a expressão nem mais nem menos, numa clara tendência para a verbosidade, que as palavras não se pagam nem estão sujeitas a imposto, pelo menos por enquanto, que sabe-se lá o que passa pela cabeça dessa gente das economias, que vindo de uma abécula qualquer bem que se pode esperar tudo e mais alguma coisa.

    Posted by: Rezendes / terça-feira, setembro 20, 2005
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    domingo, setembro 18, 2005

    Azedumes


    - Cheira a restos - afirmou. - A coisas estragadas, comida podre, a carne morta, a corpos sujos e a mentes infectas - especificou.
    - A que se refere? - questionou o outro.
    - A este mundo. A si, a mim, a todos nós, aos que nos regem, àqueles que nos obedecem, aos que gerámos e aos que nos geraram a nós.
    - Não sou assim tão negativista, nem acho que tudo e todos mereçam um tão grande desprezo.
    - Pois engana-se. À primeira oportunidade, e sem sequer pensar muito no assunto, quem quer que seja enfiar-lhe-á uma faca nas costelas. E não lhe ficarão grandes remorsos por isso. A primeiro descuido da sua parte, este mundo que tanto preza será capaz de o engolir de uma só vez. O maior dos seus amigos sugar-lhe-á a alma por dá cá aquela palha. Literalmente. Por nada.
    - Acha então que a vida humana vale assim tão pouco para os outros?
    - Para os outros, sim, e para nós também. A vida humana, como diz, hoje em dia nem chega para servir de moeda de troca. Se é que alguma vez chegou. É o que faz a inflação. Há cada vez mais gente, mais vidas que nada valem. Por meia dúzia de tostões se compra quem lhe possa arruinar a vida de um momento para o outro. Ou tirá-la mesmo, se preciso for. E não faltam candidatos para o fazer.
    - Poderá ser. Mas para ser franco não concordo com essa desvalorização galopante a que acaba de referir-se. Ainda há quem dê o devido valor a cada pessoa, quem ache que não há nada que pague uma vida.
    - Ingenuidade sua. Acredita sinceramente que esses - e essas - que se oferecem para gerir as vidas de todos nós - e repare que nunca há míngua de candidatos - alguma vez se preocupam ou se interessam verdadeiramente pela felicidade e o bem-estar dos que lhes dão esse poder? Que mal se vêem dotados dele, desse inequívoco poder, não buscam apenas a infelicidade geral, tentando alimentar a noção de que são indispensáveis e se rodeiam de uma impenetrabilidade superior que nada nem ninguém será capaz de quebrar? Que as suas preocupações apenas se orientam para o desenvolvimento dessa ideia de necessidade que criam na mente geral?
    - Não sou assim tão cínico...
    - Não? Não serão os ideiais da bondade judaico-cristã que ainda o inibem de possuir uma noção mais clara acerca do verdadeiro carácter das pessoas, que são capazes das maiores vilezas imagináveis?
    - Todas? E não encontra excepções a essa sua regra?

    Posted by: Rezendes / domingo, setembro 18, 2005
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    Depois das voltas com o template


    P

    elos vistos, esta geringonça já voltou ao normal, não sem que tenha tido uma ajuda preciosa do gf, a quem desde já agradeço.

    Se a coisa não foi lá com a gritaria pegada com que lhe enchi os ouvidos, ao menos pu-la na ordem com uma simples instruçãozita no menu de formatação do template, mudando um simples Yes para No, o que é bem exemplificativo que os Yes Men dão mau resultado, ai não que não dão, que um nãozito de vez em quando só faz bem à saúde, não é que queira ser negativista nem do contra mas às vezes sabe bem, nem que seja por birra.

    Posted by: Rezendes / domingo, setembro 18, 2005
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    segunda-feira, setembro 12, 2005

    Às voltas com o template


    J

    á não sei que voltas dei ao template deste blogue que acaba empurrando-me os textos lá para baixo, deve ser de propósito, só pode ser mesmo de propósito, uma provocaçãozita de qualquer espécie, a ver se me dá algum chilique, termo por demais em desuso, com um leve perfume a coisas de outros tempos que não há maneira de voltarem a ver-se, mas eu cá sou de ondas, enfim, deve ser da idade, que diabo, ao menos que esta me sirva de desculpa para alguma coisa, mas esta gente do blogger.com deve ter querido mesmo implicar comigo, já andei para aqui às voltas com o html para um lado e para o outro e nada, vai sempre parar ao mesmo, já lhe apliquei a receita do antigamente, ficou na mesma, imperturbável, tenho cá a impressão que nem com uma ventania pegada aquilo descolava lá de baixo, afundou, pronto, não é de cortiça ou se é atão esta não presta para nada, não se mantém à tona, além de que deve ser duro de ouvido, este template, mouco que nem um penedo, que já lhe roguei tantas pragas e disse tantas asneiras e nada, fica para ali na sua como se não fosse nada com ele, se é por educação ou não isso é que já não sei, cá para mim deve ter a mania de se dar ares de superioridade, que apesar de eu já ter tentado meter conversa nunca obtive resposta, nem uma palavrinha para amostra, template mais convencido tenho cá para mim que não deve haver outro, que nem sequer chegou a endereçar-me o mínimo sinal de reconhecimento, lá em cima fica o tiroliroliro, que é como quem diz o título e cá em baixo o tiroliroló, que é uma maneira de dizer o texto, e não há volta que se dê que aquilo não tuge nem muge, já usei de toda a persuasão de que era capaz, fui buscar os produtos de desentupir os canos, esfreguei-lhe com algodão de limpar metais preciosos, não fosse estar convencido de que era ouro ou prata, experimentei com terebintina, aguarrás, azul de metileno, contactei a efacec e a kone (que raio de marca, esta), não fosse dar-se o caso de o elevador estar avariado, que nada, tudo na mesma como a lesma, para já nem falar daquela do quartel de Abrantes, que nem com uma alavanca ali debaixo aquilo levanta, a conversa do Arquimedes cá para mim era só garganta, qual ponto de apoio qual carapuça, já experimentei isto e aquilo e aqueloutro e não há maneira de a geringonça voltar ao lugar, já alguém noutros tempos dizia tenham paciência, pois alevá, um dia destes pode ser que lhe passem as manias, e se não passarem olhem, procurem mais abaixo, que olhar para baixo até pode ser sinal de superiodidade face a estas modestas prosas ou versos ou o que quer que seja que para ali me dê para pôr, que lá isso hei-de ir fazendo. Para teimoso, teimoso e meio.

    Posted by: Rezendes / segunda-feira, setembro 12, 2005
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    domingo, setembro 11, 2005

    Casas de comida II


    E

    m andanças por aqui e por ali, em tempo de vacanças, como a esses tempos de ócio se referem os afrancesados que andam emigrados por terras de azul, branco e encarnado, com a marselhesa às costas, que é como quem diz ao ouvido, salvo seja quem tenha ouvidos em tais lugares, coisa por demais estranha quando se sabe que os ouvidos devem estar localizados nas zonas laterais da cabeça e não no traseiro, se bem que há quem goste mais de falar do que de ouvir e por isso mesmo pareça ter tais apêndices na parte traseira do corpo, nessas deambulações, dizia, dei por mim um tanto ou quanto farto de mariscadas e outros pratos do mar, que ali naquela zona é o que mais se consome, e resolvi, devia dizer melhor, resolvemos, porque não ia sozinho, encontrar um restaurante onde se comesse carne, e às tantas por tantas demos com um comedor inaugurado praticamente novinho em folha onde se anunciavam grelhados de carne, que para desenjoar estavam mesmo a apetecer, daí a nossa decisão de optar por esse assador a sebo, nome estranho, diga-se, que o que lá vinha escrito mesmo era asador acebo, que se era a sebo ou a carvão isso nunca cheguei a descobrir, apesar de não ter dado por nenhum odor particular quando nos levaram para uma visita completa do restaurante, desde a área reservada a banquetes, casamentos e baptizados incluídos, com lugar especial para os aperitivos, casas de banho, cozinha da respectiva zona, salas do comedor e tudo, a que não nos recusamos pela curiosidade de tal novidade, já agora, ou seja, naquele altura, que até tínhamos chegado cedo e a sala de refeições ainda não se encontrava completamente pronta, fazia-se horas e aproveitava-se para abrir o apetite.

    Eu cá, das primeiras coisas que faço quando me sento à mesa do restaurante é trocar os óculos de ver ao longe pelos de ver ao perto, que ainda não me adaptei às lentes progressivas, nem sequer tentei, para dizer a verdade, que bem vi um colega meu que tomou essa opção estar sempre a empinar a cabeça para olhar para o ecrã do computador, e preferi, para ser franco, dar-me ao trabalho de trocar de lunetas do que estar sujeito a apanhar um torcicolo, mas a Carmo, que é um tudo-nada menos dada a essas mudanças constantes, já que partilhamos desse mesmo mal que é ter que usar o nariz como suporte de prateleira para o inevitável par de óculos, a que os ingleses chamavam spectacles e que não têm mesmo nada de espectacular, sobretudo quando se embaciam, insiste em ler as ementas sem óculos ou com os de ver ao longe, daí que tenha dado por um prato de costeletas, chuletón, como dizem lá para aqueles lados, com uma característica especial, porque leu chuletón XL, que eu tive cá para mim que devia ser para gente mais avantajada, a quem nada mais satisfazia do que um tamanho acima do normal, e pusemo-nos a olhar para a direita e para a esquerda a ver se alguém se encorajava a tal especialidade, a tirar as medidas aos outros comensais, fazendo suposições em relação às dimensões estomacais dos putativos candidatos, se bem que dali a pouco achei estranhas tais referências e eis senão quando reparo que afinal o que lá estava escrito era KL, costeletas ao quilo, a coisa mais normal deste mundo, o que nos criou um enorme desapontamento, para já não falar no ataque de riso, gorando-se as nossas expectativas de observar em acção uma personagem em tudo idêntica àquela do Sentido da Vida dos Monty Python, decepções destas são de facto uma tristeza, ai não que não são.

    Posted by: Rezendes / domingo, setembro 11, 2005
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    segunda-feira, setembro 05, 2005

    Terrores




    O

    céu pesado de chumbo tornara-se negro, um luto carregado que não deixava passar o menor raio de sol, e era agora a terra que brilhava, o mar, a erva, as árvores emitiam uma luz brilhante que quase ofuscava e que fazia aquele negrume por cima de tudo ainda mais lúgubre, de onde não caía nem uma gota de chuva nem transparecia um sinal de vida, a menor faísca de luz de estrelas, era um filtro que tudo bloqueava, confundindo as aves, que esvoaçavam sobressaltadas sem rumo nem poiso até tombarem de exaustão, emudecendo cães e paralisando gatos, aterrorizando as gentes que, sem saber, haviam provocado tudo aquilo. Foi então que as crianças começaram a nascer com os olhos brancos.


    Ilha de Arousa, 27 de Julho de 2005
    Posted by: Rezendes / segunda-feira, setembro 05, 2005
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    sexta-feira, setembro 02, 2005

    A Central de Santa Bárbara


    P

    or força de circunstâncias que agora não vêm ao caso, tenho jantado por diversas vezes num restaurante, que hoje em dia expressões como casa de pasto já cairam em desuso, chamado Central de Santa Bárbara, onde se recomendam refeições de peixe grelhado, robalo, dourada, carapau, cherne, sardinhas, as lulas e, até, carnes diversas, isto para nem falar das fanecas, que é peixe que nem aprecio por aí além mas de quer há indefectíveis adeptos, e de que há que dizer que baste, a começar pelos preços bastante em conta nestes dias de carestia, até às pessoas que o frequentam, passando, inevitavelmente, por empregados de mesa e cozinheiros, gente de bom trato, delicadeza e simpatia q.b., dando até para escolher, logo à entrada, o peixe que se pretende grelhar, que é de imediato posto de parte e colocado na grelha antes que alguém mais dele se aproprie, que as vitualhas também são limitadas e a clientela abunda, o que não é de admirar, agora motivo de surpresa é a diversidade das suas origens, que por lá aparecem novos e velhos, das mais variadas origens e nações, que por lá tenho visto com frequência alemães, com aquele linguajar que Deus lhes deu e que pelos vistos pretendiam impor ao mundo, vá-se lá saber como, que só a conseguiram impingir aos vizinhos mais próximos, italianos em abundância, e já por lá tenho ouvido espanholadas e francesadas, se calhasse estar mais atento teria até escutado outras demais estrangeirices, é por certo estranha a clientela, quem estará a par das razões que a tais diversidades levam, eu é que não, espero que a vizinhança com o novo supermercado de drogas ali aos Anjos não esteja com isto relacionado, que o corropio de gentes ali por aquelas bandas é evidente lá isso é, quase paredes meias com um quartel da guarda, mas isso também não é de estranhar, que todo o mundo sabe onde ficam tais serviços e por lá continuam às claras e às escuras sem que neste país alguém diga já basta e acabe com aquilo de uma vez por todas, é coitadinhos daqui e coitadinhos dali e pronto, fica tudo na mesma, se não ainda pior, agora que o sucesso do estaminé é de arromba lá isso ninguém lhe tira.

    Posted by: Rezendes / sexta-feira, setembro 02, 2005
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