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  • sexta-feira, dezembro 22, 2006

    Decisões natalícias (ou o tiro que saiu pela culatra)

    N

    aquele ano, decidiu, não iria oferecer presentes a quem quer que fosse, a paciência para andar para lá e para cá à procura de bugigangas acabara-se-lhe, a resolução era definitiva, assim como assim fartara-se de andar com sacos e mais sacos de um lado para o outro, daquele constante entra e sai em lojas e mais lojas cheias de gente, que se danassem os comerciantes, os colegas, a família, os amigos, o Pai Natal e o menino Jesus e o resto da pandilha, há anos que também não lhe ofereciam coisa de jeito e que tivesse alguma utilidade prática, ora era uma travessa que nunca chegaria a usar e que, além do mais, não dava com nada do que lá tinha em casa, um livro que já tinha lido, umas meias de tamanho errado, mais isto e mais aquilo que fora acumulando ano após ano e que lhe atafulhava os armários de inutilidades, caixas, caixinhas e caixotes, bonecos, bonequinhos e bonecões, um dia destes fazia uma barrela e ia tudo para o lixo, ai não que não ia, depois talvez lhe sobrasse espaço para as outras inutilidades que se amontoavam pelo chão e pelas prateleiras, o que tinha era que tomar uma decisão radical, tornar-se minimalista ou coisa que se parecesse, cingir-se ao essencial, ao indispensável, podia levar a tralha para a feira da Ladra, o pior era o trabalho em que se ia meter, outra solução seria fazer uma venda, mas também não tinha garagem nem relvado nem espaço para montar um estaminé na rua como fazem no estrangeiro, que esses é que sabem livrar-se das velharias pondo-se a rifá-las a torto e a direito, que há sempre quem se entretenha a frequentar essas ocasiões e a comprar coisas estranhas, ele há gente para tudo, para tudo e mais alguma coisa, por isso começou a poupar o dinheiro que antes gastava nessas ninharias, mas os colegas, a família, os amigos, o Pai Natal e o menino Jesus é que não desistiram, qual quê, mesmo sem levarem nada de volta atafulharam-lhe a casa com mais tralha do que a que já tinha, caixas, caixinhas e caixotes, bonecos, bonequinhos e bonecões, livros que já lera, discos compactos que não lhe interessava mesmo nada ouvir, filmes em dvd que já vira vezes sem conta, laços, lacinhos e laçarotes por todos os lados, resmas e resmas de papel de embrulho, cartões para todos os gostos e feitos, de tamanhos e cores variadas, aquilo era gente de ideias fixas, de antes quebrar que torcer, era Natal e por isso lá veio presente daqui e dacolá, nem ficaram sequer ressentidos por não lhes ter retribuído, pensara ter resolvido o problema de raiz acabando com as oferendas, mas não, ainda lhe haviam dado mais coisas, se calhar pensaram que estivesse a passar necessidades, sabe-se lá o que vai na cabeça das pessoas por estas alturas, até parece que ficam obcecadas, esquizofrénicas, penduram uma data de pais Natal nas varandas, pespegam nas janelas com iluminações mirabolantes compradas por tuta e meia nas lojas chinesas, daquelas que passam a vida a acender e a apagar, a acender e a apagar, criando efeitos luminosos psicadélicos, apesar dessas coisas já terem passado de moda por volta dos anos setenta ainda continuam a persistir, é vê-las por todo o lado, a acender e a apagar, a acender e a apagar, verde, encarnado, azul, amarelo, um ror de cores e formas que dão cabo da vista e fazem mal à cabeça, que se dane, é Natal, dantes eram bandeiras e agora são luzes e luzinhas, é no que dá o patriotismo, arreia-se o símbolo nacional comprado na loja chinesa e hasteia-se o pavilhão luminoso adquirido no mesmo local, que é onde há variedade por bom preço, para o ano é que ia ser o bom e o bonito, lá teria que voltar às lojas e aos presentes, se calhar a dobrar, para compensar e não fazer má figura, ora bolas, ora bolas, ora bolas.

    Posted by: Rezendes / sexta-feira, dezembro 22, 2006
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