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arece nome de pastilha elástica. Mas não é. É uma Terminologia. Linguística. Para o Ensino. O Básico e o Secundário. Através da qual deixam de existir substantivos, para passarem a ser unicamente nomes. E as orações deixam de ser orações. Agora são frases. E mais nada. Coisas de linguistas. Dos que andam pelas faculdades. E que crêem ter razão para colocar em prática uma profunda modificação. Tal como já anteriormente se havia feito com a gramática generativa. A tal que gerou confusões e equívocos durante anos. Com o beneplácito de ministeriáveis que, sem se saber como, dão a sua anuência a tais práticas. Pelo menos na aparência sem quererem saber dos alunos, de quem ensina, das consequências que daí podem advir, e muito menos o que é o estudo da língua. Mas o problema é que, pelos vistos, tal terminologia é para ser aplicada nas aulas de Português. Nas outras, de línguas estrangeiras ou seja do que for, fica tudo na mesma, os manuais continuam a referir orações, a não mencionar advérbios disjuntos reforçadores da verdade da asserção, e outras designações semelhantes.
Houve já quem acerca disto tivesse discorrido na imprensa, de entre os quais merecem destaque alguns nomes importantes da nossa praça, Maria Alzira Seixo, Eduardo Prado Coelho, Vasco Graça Moura, entre outros. Mas não valeu de nada. Pelos vistos, tais opiniões caíram em saco roto. Como aliás neste país continua a acontecer com quem emite opiniões com fundamentadas razões para o fazer. Teimosias. Parece que estão na moda. Dá a ideia que andamos num país de surdos e cegos, mas não mudos. Isso é que não. Porque se fala, e até demasiado. Mas de entre tais discorrências não tem saído algo que se veja, de que se possa dizer sim senhor, ou sim senhora. Avança-se alegremente, sem pesar os prós e os contras, contribuindo-se ainda mais para o estado de confusão generalizada. E depois surgem os elogios. Mais uma vez cegos e surdos, mas não mudos.
Claro que a culpa é dos professores. Aliás, de quem deveria ser? Foram eles os responsáveis pela brilhante criação da TLEBS e pela sua implementação nas escolas deste país. Por despacho. Sem uma formação generalizada. Sem haver sequer a ponderação acerca da sua utilidade. Ainda para mais num momento em que se pretende, e aqui sublinho o pretende, pôr ordem na casa. É um bonito serviço prestado à nação. Mais um. Entre tantos e tantos outros. Lá chegará o dia em que serão distribuídas medalhas por tais feitos. É esperar para ver.
E de quem será a culpa se tudo isto terminar num rotundo fracasso? Dos professores, ora essa. E de quem mais haveria de ser? Mas desta vez única e exclusivamente dos de Português. Porque a tal generalização, a tal pastilha elástica, TLEBS, é a estes em especial que foi presenteada. Bonito presente, não haja dúvida. Pode ser que, agora que se aproxima o Natal, tal oferenda se venha a popularizar. Ou então gramáticas, novinhas em folha, já a abarrotar de TLEBS. Diz-se, até, que os progenitores preocupados já correram às livrarias em tal demanda. Que foi uma loucura. Que nem houve mãos a medir para atender a tantas solicitações. E que irão vestir-se de Pai Natal e distribuí-las a torto e a direito. Não haverá lar neste país sem um destes novos preceituários.
Entretanto, quem vier atrás que feche a porta.