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  • sexta-feira, setembro 29, 2006

    O tempo que nos falta

    C

    omeçar uma conversa a falar do tempo é, por norma, sinal de que não temos outro assunto de que falar, hoje o dia está bom, assim-assim, começa a ameaçar chuva, não gosto desta humidade, que faz mal aos ossos, e que calor fez hoje, nem se podia respirar, coisas assim, ditas mais ou menos desta maneira, são aquilo a que vulgarmente se chama conversa de chacha, mas é que na verdade me tem faltado tempo para escrever, que é uma das coisas (ele há outras, felizmente) que mais gosto de fazer, e se uma pessoa lhe perde o hábito depois fica com as palavras para ali recalcadas, a quererem sair a toda a força e não terem por onde nem como, sem saberem lá muito bem se é hoje, amanhã, ou um dia destes, que vêm passear para a rua, que é como quem diz nos caminhos de papel ou digitais para onde lhes damos ordem de marcha, que isto também não é assim de qualquer maneira, como elas querem, têm que andar ordenadinhas, senão é uma salgalheira, um vê-se-te-avias, a anarquia total, as palavras precisam de disciplina, de andar na ordem, estas aqui e aquelas acolá, como bom esquadrão que se preze, enfileiradinhas, aprumadas, à maneira militar, mas voltando ao tempo, que era por onde pretendia começar este texto, que foi entretanto ganhando alguma vida própria, acabando por entrar num ou noutro desvio de que eu não estava à espera, é no que dá uma pessoa não dar rédea curta às palavras, o tempo, dizia, acaba por ir faltando, que é um maneira de dizer que temos algumas falhas na maneira de o ir organizando, porque o tempo é sempre igual todos os dias, são vinte e quatro horas certinhas, nem mais uma nem menos uma, mil, quatrocentos e quarenta minutos, uns sempre atrás dos outros, que estes não têm a mania de ir passear de vez em quando e deixar-nos à espera numa qualquer esquina ou sentados a uma mesa de café, estão sempre ali, depois de um vem logo outro, o que muitas vezes não sabemos é como lhes dar uso, vamos pela vida a pensar que estarão sempre ali à nossa espera e tentamos ir esticando um aqui, encolhendo acolá um outro, e isso não é sistema, claro que não, mas uma pessoa distrai-se, nem dá por eles a correrem uns atrás dos outros, que estes não batem com os pés no chão nem fazem alarde das correrias em que se metem, de repente damos por nós e já lá vão longe, e depois ficamos a lamentar-nos e a choramingar que não tivemos tempo, que isto e aquilo, que era pouco, quando no fundo é sempre o mesmo, todos os dias, todas as horas, todos os minutos, e o que acaba por sobrar é mesmo a nossa azelhice.

    Posted by: Rezendes / sexta-feira, setembro 29, 2006
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