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  • domingo, junho 04, 2006

    A borbulha

    É

    certo e sabido que quem tem borbulhas não deve, de maneira nenhuma, coçá-las, muito menos aplicar as unhas em tal aparentemente aliviadora tarefa, porque tal leva a que, mais tarde ou mais cedo, estas acabem por assanhar-se e deixar chagas por todo o lado, e deve ser por ter passado por isso que possuo uma vaga memória dos meus tempos de criança, quando me calçaram umas luvas para evitar essa tendência mais ou menos primária de coçar o que não deve ser coçado, que foi o que aconteceu à menina Lurdinhas quando lhe começaram a surgir uns pruridos que tomou por doença crónica e desatou num esfreganço insano ao ponto de irritar muito mais as feridas que deviam ser tratadas com desvelo e cuidados redobrados, já que, ao que se diz, ou pelo menos dizia noutros tempos, cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, mas há quem seja cego, surdo e mudo face a tais avisanças e, lá vai disto, raspa daqui, raspa dali, ficou com a cara transformada em bife cru, depois foi um Deus nos acuda, aqui d’el rei que me deram cabo desta frontaria que eu entrevia tão bem aperaltada, mas é preciso que se diga que ninguém a mandou desatar a meter as garras de fora e enfiá-las à bruta nas borbulhas, que tinha sido mais assisado tratá-las com tento e medida, a pouco e pouco, quis livrar-se delas duma só vez e foi o que se viu, já lá vai o tempo dos alfaiates, sobretudo dos matavam sete duma vez, que uma tal presunção seria vista hoje em dia como uma manifesta tendência para o extermínio indiscriminado, há quem não tenha tino nenhum nem sequer o bom senso para resolver o problema de uma simples borbulha, de uma nascem cem, da centena surge um milhar, é assim mesmo que se originam as epidemias, depois fica-se com cara de parvo, dispara-se em todas as direcções, sobretudo contra quem não se deve, perde-se o discernimento, o norte, o sul, o oes-noroeste e o resto dos pontos cardeais, fica-se para ali a andar à roda que nem um pião sem saber para que lado se virar, mas cá para mim quem se lança numa tal coceira é porque não tem gente decente que a aconselhe devidamente, e no fim nem se sabe quem fica a ganhar, que as borbulhas vêm e vão, a tal menina é que pelos vistos nunca pensou ver-se metida numa camisa de onze varas, e às vezes só apetece mesmo é dizer bem feito.

    Posted by: Rezendes / domingo, junho 04, 2006
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