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  • segunda-feira, março 06, 2006

    Sobre a gripe das aves

    A

    gata Renata batia-lhe desalmadamente com a colher de pau na cabeça:
    - Não querem lá ver esta galinha estúpida, que anda que nem uma doida de um lado para o outro a sujar-nos o quintal todo de porcaria, e ainda por cima se põe ali à cata de qualquer passaroco que lhe apareça vindo sabe-se lá de onde para lhe dar conversa e sabe-se lá o que mais?
    E continuava a dar-lhe com a madeira no alto da cabeça, com uma pontaria de fazer inveja aos melhores atletas olímpicos do desporto de bater-com-a-colher-de-pau-na-cabeça-seja-lá-de-que-for.
    - E de quem são os ovos que ela põe aí pelos cantos, hem? Se calhar de algum galdério de algum ganso desses que só cá metem os pés na Primavera, ou no Inverno, ou quando calha... Grande parva.
    Seguiam-se mais duas ou três valentes colheradas na crista.
    - É uma sem-vergonha, é o que é. Ainda nos há-de dar cabo da vida a todos, pegar-nos uma doença qualquer, o pato Anselmo já anda por aí a tossir pelos cantos, o Chico cachorro tem a voz rouca que ninguém percebe nada do que ele diz, se bem que nunca se percebeu lá muito bem a conversa dele, mas isso é outra história, as outras galinhas andam num desassossego que ninguém as atura, o galo já deu baixa de psiquiatria e há nove semanas e meia que o têm para lá trancado numa cela com uma data de maluquinhos, e tudo por culpa de sua excelência.
    Zás, lá caíam mais duas ou três colheradas.
    - Gosta de falar línguas estrangeiras, a menina, é? De conhecer passarinhos de outras terras? E se tivesse mas era juízo, hem?
    E pimba, choviam mais umas paulitadas, que a desgraçada da galinha Rosinha já tinha a crista toda negra.
    - Um dia destes ficamos todos para aqui cheios de febre, dão-nos cabo do canastro, fazem-nos um funeral colectivo, e acaba tudo na vala comum. Que bonito, não é? - E trás, trás, trás, a colher subia e descia na cabeça da pobrezita.
    - E ainda não aprendeu a lição. Agora anda por aí a dizer que está à espera do regresso do ganso Lino, que lhe prometeu umas espigas de milho lá dos países do sul. Ainda por cima é gulosa. Grande parva.
    E deu-lhe tantas e tão poucas que a galinha Rosinha ficou de cabeça meio à banda, a dona achou aquilo tudo estranho, chamou o veterinário, houve quarentena, internamento, extermínio colectivo, desinfecção, e acabou por não sobrar nem um bicho para amostra. Nem sequer a gata Renata. Veio tudo escaparrachado nos jornais, que a gripe já cá estava, que era o tal de vírus dos agás énes, fizeram uma limpeza geral nos aviários de norte a sul, nem as criações domésticas escaparam, sumiram-se os ovos, as omoletes, os bolos e bolinhos, encerraram os Chicken não sei das quantas, as pastelarias deixaram de vender pastéis, sobreveio a crise, a bancarrota, a miséria, conflitos generalizados, donde se pode concluir que uma galinha doida pode trazer muita desgraça junta.

    Posted by: Rezendes / segunda-feira, março 06, 2006
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