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  • domingo, fevereiro 05, 2006

    A distribuição das medalhas

    C

    omo o mandato estava a chegar ao fim, o emérito presidente da Associação resolveu que estava na altura de distribuir algumas recordações do seu tempo passado à frente dos destinos de tantos e tão dedicados confrades, marcando uma sessão solene para os últimos dias da sua presidência e encomendando à ourivesaria da vila, que por mero acaso era propriedade de um genro, uma série de medalhões de latão com banho de prata que deram cabo das finanças da corporação, facto que ninguém levava a mal, se é que seria mesmo do conhecimento geral uma tal apropriação dos fundos de reserva que estavam destinados a melhorar as instalações sanitárias do já vetusto edifício, para além de uma recauchutagem nas portas e janelas, e um retoque na pintura das paredes, já a descascar devido aos anos e anos de incúria e de adiamentos sucessivos de obras de fundo que eram já reclamadas por parte dos neófitos, se bem que a esses ninguém prestava qualquer espécie de atenção, que era certo e sabido que essa gente mal chega e só sabe é criticar e mais nada, e chegado o dia lá se enfarpelou o senhor Coelho e a família, para além de mais uns quantos e quantas lá da terra, com mais esmero elas do que eles, que nestas coisas de sociedade são sempre elas as mais observadas, quanto mais não seja pelas suas parceiras, que tal acontecimento dá azo a conversa para um mês ou até mais, acotovelaram-se no salão principal da sede e lá ficaram à espera dos penduricalhos, cujos destinatários eram apenas do conhecimento da meia dúzia de figuras gradas que constituíam a direcção e dos respectivos agraciados, que constituíam uma curiosa lista de personagens, um futebolista do clube da vila cujos principais méritos eram correr à canelada os avançados das equipas contrárias e arrotar nos balneários durante os treinos, o respectivo treinador, que por acaso era treinadora, caso raro nestas andanças da bola, filha do presidente e casada com o dono da tal ourivesaria, caso que já não seria tão raro e motivo de admiração, bem vistas as coisas, e que se dizia à boca pequena que andava metida com mais de metade da equipa, o poeta da terra, que tinha conseguido publicar uns versos no único jornal que por ali se fazia, a custo de muitos sacrifícios, é preciso que se diga, financiado principalmente com uns dinheiros que o presidente da associação lá ia distribuindo de vez em quando sob a forma de publicidade encapotada, umas quadras encomendadas ao referido poeta a propósito dos cinquenta anos de casados do casal Coelho, as quais, está bem de ver, estavam precisamente na origem do referido prémio, havia ainda o pintor oficial dos retratos da direcção da Associação, entre os quais o do presidente, o mais esmerado e que ocupava lugar de honra na parede do fundo do salão, ladeado pela bandeira nacional e pelo estandarte da agremiação, uma viúva já entradota que ninguém soube ao certo por que razão levava a medalha, se bem que tivesse havido umas intrigas mal intencionadas que asseguravam dever-se tal distinção ao facto de ter sido mulher a dias do senhor presidente durante 35 anos, e houve ainda um estrangeiro que ninguém conhecia de lado nenhum e que, diziam as más línguas, tinha sido o primeiro com que o senhor Coelho tinha dado de caras lá na vila, porque era de bom tom distinguir alguém do estrangeiro, internacionalizava-se assim o rol do medalhame, que depois se veio a descobrir ser um pedófilo inveterado que andava metido num esquema qualquer com casas de alterne e fotografias e vídeos na Internet, uma novidade de primeira água, já que era o primeiro computador que se sabia existir por aquelas bandas, e logo numa casa de alterne, embora tivesse ficado famoso por isso mesmo antes de a judiciária lhe deitar a unha, a partir daí computadores nem vê-los, que quem passasse por ter tido contacto com algum era logo visto de lado.

    Posted by: Rezendes / domingo, fevereiro 05, 2006
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