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  • terça-feira, maio 03, 2005

    Versos de pé-quebrado


    N

    o dia em que o Rogério caiu da motorizada e partiu o tornozelo, levaram-no para o hospital na carrinha da feira, deitado em cima de tapetes, de enormes sacos de plástico recheados de camisolas e t-shirts, peúgas e collants, para além de outros atavios, e quando lá chegaram acabaram por mantê-lo em observação durante algum tempo até lhe engessarem a perna, o suficiente para ter ficado babado por uma das enfermeiras, ao ponto de ter pedido à tia que lhe fosse comprar umas flores para oferecer à sua mais recente paixão, já que o irmão se recusara de imediato a fazê-lo, onde é que se viu um gajo andar para aí de flores na mão, isso era coisa de paneleiros e ele era demasiado homem para fazer uma figura dessas; entretanto, para aproveitar o tempo de espera, metera-se a fazer umas quadras dedicadas à tal enfermeira, versos de pé quebrado, chamou-lhes, não porque soubesse o que é que tal expressão significava mas porque, na verdade, estava a fazer versos e tinha mesmo quebrado o pé, além de que já tinha ouvido aquilo nalgum lado e agora vinha mesmo a propósito, que raio, então não eram versos e não tinha o pé quedrado?, pois claro que tinha, mas a coisa não lhe correu lá muito bem, a moça estava comprometida e não lhe achava piada nenhuma, nem aos versos que, além do mais, não estavam lá muito bem feitos, parecendo uma mistura de brejeirice com lamechice pegada, metendo palavras que designavam os órgãos sexuais femininos e masculinos pelo meio, das mais vulgares ainda por cima, a moça ficou ofendida e arranjou maneira de se vingar, arranjando uma seringa de tamanho cavalar e, enfiando-lha nas nádegas, pespegou-lhe com um cocktail de anti-inflamatórios, antibióticos e vitaminas que quase o deixaram ainda mais coxo do que entrara, para além de ter ficado com o rabo mais dorido do que se tivesse apanhado uma tareia do calibre das que a mãe lhe dava quando era pequeno, após o que o devolveu ao ajuntamento familiar na companhia do tal ramo de flores e de alguns gemidos doloridos que se tornaram ainda mais audíveis quando o içaram para cima dos tapetes, dos sacos de camisolas, t-shirts, peúgas e collants, no meio de um chorrilho de novas alcunhas para a enfermeira, decerto novas inspirações para futuros versos, quem sabe?

    Posted by: Rezendes / terça-feira, maio 03, 2005
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