Quando me lembro do mar
recordo sempre o relógio no cimo da torre
de onde avistava ao longe
as ondas quebradas junto à costa.
Na praia, a água era mais quente quando chovia,
e corríamos para a sentirmos no corpo
por entre beijos escondidos
e um desejo que não tinha fim.
Hoje ainda fico horas, perdido,
a tentar lembrar-me de um som distante
que os prédios agora fecham lá fora
como se fosse proibido lembrar.