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  • sexta-feira, maio 13, 2005

    À luz de vela... ou quase


    O

    que é para mim profundamente estranho é a razão inversamente proporcional entre a quantidade de iluminação existente nas casas das pessoas e a sua idade, já que, ao que parece, quanto mais as pessoas vão envelhecendo menor é a potência das lâmpadas que utiliza, o que deverá por certo ser uma questão que intriga uma boa parte dos oftalmologistas, os quais pretendem que com a idade se vê cada vez menos, quando certo, certo, é que as pessoas com a idade usam menos luz para ver seja o que for, ou então é por já não andarem às pressas e terem tempo para tudo e mais alguma coisa é que essas pessoas, face à inusitada perda do mais minúsculo dos objectos, conseguem levar uma eternidade à sua procura, pensando certamente, e com razão, que tal coisa não tem pernas para andar e por isso há-de aparecer mais cedo ou mais tarde, cá para mim o ideal para essas pessoas era ainda a luz de vela, de candeeiro a petróleo é que não, porque deita mau cheiro e dá uma trabalheira danada andar a arrastar garrafões de petróleo pela rua fora, que ainda por cima é um produto inflamável, para já não falar nas torcidas que se tem que enfiar no sítio correcto e nos torcicolos que se sofre para meter aquilo correctamente, deve ser exactamente por isso que ainda falam em lâmpadas de 25 velas, que muitas vezes é o que usam, com 25 velas faz-se uma festa, e chega muito bem, não se cansam de afirmar, que não é preciso exagerar, ainda me lembro da sonolência que me dava em casa dos meus avós, com tal iluminação e o semi-silêncio que por lá imperava, depois do jantar então era uma completa pasmaceira, que não via a hora de voltarmos todos para casa, e nessa altura nem tinha voto na matéria, por isso era aguentar estoicamente o resto do serão e tentar não adormecer que era coisa que ficava mal, sevícias destas acho que já nem se usam, mas as coisas eram assim mesmo e ai de quem mostrasse cara de contrariedade ou se pusesse com lamúrias, a minha avó lá jogava um bocadinho às cartas e aproveitava a pouca luz para fazer uma data de batota, e uma belíssima justificação para quando era apanhada era que não tinha reparado, que não tinha visto bem, como se a culpa das lâmpadas de 25 velas não fosse dela mas das crianças, que nem sequer chegavam aos candeeiros do tecto, nem empoleiradas em escadotes, se fosse agora saía mas era um g'anda lata e estava o caso arrumado, quando comecei a ler as primeiras letras lá me esforçava por conseguir decifrar umas linhas nos livritos que me autorizavam a levar para ajudar a passar o tempo, debaixo do olhar inquisidor do meu avô, meio escondido por detrás do fumo dos charutos, cá para mim a luz chegava-lhe e sobrava-lhe, que para ficar sentado a fumar charutos não é cá precisa grande iluminação, ainda para mais assim não se via bem o que é que se estava a comer ao jantar, que era invariavelmente galinha, que para mim se transformava em carapaus, que eu galinha nem vê-la com pouca luz, quanto mais com muita, e no final lá surgia o pão-de-ló da minha avó sempre meio afundado, o meu pai dizia que ela se tinha sentado em cima, era a piada habitual, para observar tais iguarias também não era preciso mais do que lâmpadas de 25 velas, e se calhar se toda a gente pensasse da mesma maneira não andávamos a importar electricidade do estrangeiro e éramos todos mais poupadinhos.

    Posted by: Rezendes / sexta-feira, maio 13, 2005
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