|
Da estrada, pouco se vê: um muro alto
e escuro e uma passagem
onde antes estaria um portão,
de madeira escura decerto,
antigamente não se faziam de outra maneira,
de que só ficaram os ossos das dobradiças
chumbados na pedra. No silêncio
do jardim por detrás do granito, a sombra
das árvores abrigou nomes antigos
que hoje não sabemos quem são.
A casa é alta, duas fileiras de janelas
e um brasão de bispo no topo,
uma dignidade agora ali escusada,
desprezada certamente.
A porta está fechada, as janelas com tábuas
pregadas do lado de dentro, adivinha-se
os quartos vazios, séculos
de ladrões terão levado dali tudo
para depois venderem a gente de poucos
/ escrúpulos.
A casa está ali mas está morta,
ressequida, os restos do corpo
de um dignitário egípcio. |