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  • terça-feira, janeiro 11, 2005

    Palavras soltas


    Há quem passe dias e dias a fazer figas, esperando não levar com a vida em cima tal como ela é, enchendo os bolsos de buracos feitos de silêncios. Triste sina.

    Parece que para as bandas de Santos-o-Velho, por antonomásia a Santos-o-Novo, que destes há-os velhos e novos, como em tudo o resto, que a gente vai levando com os dias no corpo, uns atrás dos outros, sem dar por nada, e às tantas já por cá andamos com as rugas todas a arrepiar a pele e achamos que diabo (eu tenho a mania do diabo, que se há-de fazer, devem ser traumas de infância), sobra-me pele agora onde me faltam mais dias para viver, dizia então que lá para esses sítios havia um homem que passava o dia inteiro em casa porque tinha medo de sair à rua, a isto chamam agorafobia, se bem que cá para mim não se trata só de agora, é de antes e de depois também, traziam-lhe tudo de fora já que não punha o nariz na rua, mas deixavam-lhe à porta, que também não permitia que estranhos lhe pusessem o pé dentro de casa, nem o pé nem mais coisa nenhuma, e tudo o que entrava em sacos de plástico de supermercado era escrutinado minuciosamente, não fosse alguém estranho disfarçar-se de lata de conserva e meter-se dentro do saco das compras só para lhe espiolhar os domínios, que nisto de ideias brilhantes há para todos os gostos, como em tantas outras coisas.

    Pois essa criatura - que em nada se assemelhava a uma galinha, porque há quem diga que criatura é uma galinha, nunca percebi porquê, mas o génio inventivo e os termos de comparação são muito relativos, há quem compare alhos com bugalhos, embora não veja qual é o interesse de tais analogias – passava os dias a escrever, pelo menos ao que se dizia. Escrevia muito, todos os dias, todos os pedacinhos dos dias, que quando escurecia nenhuma luz se vislumbrava naquelas janelas, havia vizinhos que asseguravam, que tinham as lunetas todas apontadas para lá, e dois ou três mais atrevidos até tinham tirado fotografias e filmado em vídeo horas e horas do que se conseguia almejar à distância através de janelas e cortinas, seguramente teriam pretensões a andys warhols ou a syberbergs, e como é mais do que evidente era tema de conversa diária nas padarias, mercearias, talhos, peixarias, drogarias, lugares de frutas e hortaliças, cabeleireiros, cafés, e tascas da zona; depois atirava com os escritos pelas janelas fora, ele eram folhas e mais folhas a voarem por todos os lados, se quisessem lê-las que as apanhassem, tantas palavras que se perderam afogadas no Tejo ou pelos bueiros abaixo, deverá certamente ter que ver com as tais de palavras leva-as o vento. Melhor do que isto nem o Borges. Sei lá. Pode ser que sim.

    Posted by: Rezendes / terça-feira, janeiro 11, 2005
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