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  • segunda-feira, janeiro 24, 2005

    Os meninos



    O

    menino Pedrinho e o menino Zézinho desde há muito que andam engalfinhados. Se não me falha a memória, já havia histórias de vizinhos à mistura, clubes de amigos, e a mercearia do senhor Jorge, um benemérito que de quando em vez ajudava famílias mais pobres com uns cabazes de artigos de primeira necessidade, já tinha sofrido na pele uma montra partida, e mercadorias espalhadas pelo passeio, que nestas coisas de zangas é ver quem leva a melhor, nem que seja à custa de umas bananas esparramadas, se escorregas e cais partes o toutiço, que eu fico aqui a ver e a rir-me à socapa.

    Quando o primo do menino Pedrinho foi a banhos lá para um sítio que não sei bem ao certo onde fica, mas de certeza que tinha praias, senão não se falava nisso, veio logo o menino Zézinho contar à família toda que ir a banhos no inverno não era coisa que se fizesse, ainda por cima se ele não podia ir também, ficava-se para ali a roer-se todo, estava-se mesmo a ver que o menino Pedrinho depois ia fazer-lhe negaças, não vais à praia, não vais à praia, se calhar nem sabes nadar, iô, nem sei porque meti aqui este iô, deve ser alguma influência subreptícia que de vez em quando se instala no subconsciente, eu tenho dinheiro para ir à praia e tu não, levam-me de avião, levam-me de barco, o meu amigo Paulinho até se ofereceu para me levar de submarino, e tu nicles, nem sequer vais de autocarro à Costa da Caparica, que só sabes é andar de Metro e o Metro não chega à Costa da Caparica, que eu não quero, e pronto.

    A vizinhança já anda farta desta lenga-lenga entre o menino Pedrinho e o menino Zézinho, qualquer dia pegam-lhes pelos fundilhos e aplicam-lhes um correctivo, um bom puxão de orelhas, um pontapé no traseiro, até dão má fama a quem vem de fora, olh’ali os dois catraios a abespinharem-se, até parece que querem ser gente, vai um e diz fizeste o trabalho de casa ao Filipe, ganda batoteiro, não fiz, não senhor, quem lhe fez o trabalho de casa foi o primo da tua avó, o que tu estás é ceguinho, vai lá ver de quem é a letra, se é minha ou se é tua, ou do primo da tua avó.

    Se o menino Zézinho se deixava de discussões, lá vinha o menino Pedrinho, não queres discutir porquê, estás com medo, é, o que tu tens é medo, depois vê lá se tens lata de vir para aí dizer que eu é que tenho, ganda lata, que eu te ponho com dono, levas uma ensaboadela que até ficas com a cabeça a andar à roda. Eu francamente nunca vi uma ensaboadela de ficar com a cabeça a andar à roda, só se for algum champô especial, com algum produto esquisito, que hoje em dia os produtos andam todos com produtos esquisitos, vai uma pessoa muito bem ao supermercado, na sua boa vontade e necessidade, compra o produto a ou b e, na volta, pimba, já está contaminada com isto e com aquilo, cá para mim nem é preciso ir na volta, fica-se logo, deviam era pôr uns rótulos nos produtos a avisar logo, se tem desejo de ser contaminado, compre-nos este produto, o que mais e melhor contamina rapidamente, ao menos assim ficava tudo esclarecido, se bem que a maior parte das pessoas nem se dá ao trabalho de ler as instruções, também só fazem aquilo para quem vê bem, para ceguetas como eu só com lupa, se calhar nem assim, deviam era oferecer lupas para se ver melhor, aí já não havia grandes desculpas, levaste uma lupa de borla, se não leste foi porque não quiseste, afinal a lupa era para quê, ias andar à caça dos ácaros?

    Pois bem, já se chegou à conclusão que o menino Pedrinho e o menino Zézinho não se entendem nem à lei da bala, gostava de saber qual é esta lei, qualquer dia marco uma consulta com um advogado para ver se me explicam, que se escrever a um deputado o que levo é sopa, nada, nadica de nada, nicles, vai fazendo cruzes na boca enquanto esperas pela resposta, mas a esperança é a última coisa a morrer, pelo menos é o que dizem, que eu já conheci uma Esperança que morreu, por isso deve haver alguma falha neste raciocínio, mas enfim, lá entre eles aquilo é um bate-e-foge todos os dias, à noite ainda é pior, não fazem mais nada senão aquilo, agora eu, agora tu, bola de cá, bola de lá, e não aparece ninguém com o juízo inteiro que os meta na ordem, bem que podemos esperar sentados, que gente com juízo de certeza que não se mete com aqueles dois, ai que se às tantas me ponho a escrever mais sobre meninos ainda me levam para o tribunal de Santa Clara.


    Posted by: Rezendes / segunda-feira, janeiro 24, 2005
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