Anda por aí quem apregoe que esta é uma terra de facínoras. Pelos vistos, está uma pessoa bem sentadinha na sua casa e não é que entra um malandro qualquer e lá vai desta, uma facada nas costas e já estás servido, está um figurão qualquer refastelado no seu gabinete, e zás, outra facada nas costas, ainda que rodeado de secretárias, guarda-costas, que devem ser ceguinhos de todo, não se percebe lá muito bem o que andam para ali a fazer se nem sequer dão por nada, certo, certo é que a obsessão chegou, viu e venceu, agora andam todos aviados de facadas, pelo menos não se podem queixar de que uns têm tudo e os outros não levam nada.
Ficou no entanto por esclarecer qual o instrumento utilizado, e isto não é de somenos importância para que sejam avaliados os aspectos criminais da coisa. Trata-se afinal de navalhas de ponta e mola, de facas de mato, de cozinha? E, neste caso, serão de trinchar, de cortar o pão, daquelas de lâmina larga para carne com ossos? Isto embora estas últimas não dêem lá muito jeito porque não têm ponta, e em matéria de facadas um instrumento pontiagudo é sempre mais eficaz, pelo menos ao que dizem, que nesta matéria a minha experiência é um tanto ou quanto reduzida ou inexistente, ainda não veio a polícia cá bater à porta para me levar à esquadra por ter andado por aí a dar uma facada nas costas de quem quer que fosse. Mas só me faltava mais essa.