Blogger

Gatos e outros tipos de estofos
Noutras linguagens: Cats and other kinds of stuff

Contribuidores

  • JCCosta
  • Rezendes


    • Logótipo do blogue

      Outros estofos do Rezendes


      Estofos para preguiçar
    • Abaixo de Cão
    • Afixe
    • A funda São
    • Ai o Cocó!
    • Anarca constipado
    • Ao Sabor do Vento
    • As Ruínas Circulares
    • Atrás da porta
    • Blogotinha
    • Bomba Inteligente
    • Duelo ao Sol
    • Elasticidade
    • Espelho Mágico
    • Eternamente Menina
    • Eu hoje vou
    • Impertinências
    • jUst bEiNg PeCoLa
    • Letras para EnSonar
    • Levemente Erótico
    • Linha de Cabotagem
    • Lolaviola's Journal
    • Meia Livraria
    • Mulher dos 50 aos 60
    • Objectos
    • Ocidental Praia Lusitana
    • O Vizinho
    • Peciscas
    • Random Precision
    • Retalhos na vida de um prof
    • Rodrigues na Net
    • Tó Colante
    • Uma sandes de atum
    • Vareta Funda
    • Webcedário
    • You've Got Mail
      Estofos acerca de blogues
    • Blogopédia...
    • Weblog
      Estofos arquivados
    • novembro 2004
    • dezembro 2004
    • janeiro 2005
    • fevereiro 2005
    • março 2005
    • abril 2005
    • maio 2005
    • junho 2005
    • agosto 2005
    • setembro 2005
    • outubro 2005
    • novembro 2005
    • dezembro 2005
    • janeiro 2006
    • fevereiro 2006
    • março 2006
    • abril 2006
    • maio 2006
    • junho 2006
    • julho 2006
    • setembro 2006
    • outubro 2006
    • novembro 2006
    • dezembro 2006
    • janeiro 2007
    • maio 2007
    • junho 2007
    • dezembro 2007



  • Procure aqui no GOOGLE 
     (Não é publicidade gratuita, não senhor, é só porque pode ser útil):



  • Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com
  • Estou no Blog.com.pt
  • lavalife website counters
  • quarta-feira, janeiro 19, 2005

    O mal-cozinhado


    Eu na cozinha sou um desastre. É ver-me lá entrar e as panelas começam aos gritos, os talheres fogem a sete pés, escorregam para debaixo dos armários, o fogão todo ele entra em convulsões, tosse, espirra, fica com catarro para o resto do dia, a batedeira tremelica, a máquina de café fica com mau humor e resolve entrar em greve, a torradeira olha-me de lado, assim como não quer a coisa, a avisar se mexes aqui levas um esticão que até vês as estrelas, o frigorífico começa a transpirar, o que, no caso dos frigoríficos não é lá nada saudável, os balcões encolhem-se todos, ficam mais baixos, quase me tenho de pôr de cócoras para fazer alguma coisa, nem que seja cortar o pão, além disso fico mais longe da pia, às tantas fica tão longe que até dá a sensação de ser uma miragem.

    Mas o pior de tudo, o pior mesmo, é o acendedor do fogão. No outro dia ia deitando fogo à casa. Mal pego no raio do bicho, deitou-me a unha, deu-me uma dentada no dedo mínimo, ia-me arrancando a pele toda, depois enfiou-se-me pela camisa dentro e não descansou até me deixar todo esfolado. Fiquei varado. Agarrei-o com as duas mãos, preguei-lhe um sermão, mas qual quê, não me fez ouvidos, começou a deitar faíscas por todos os lados e desatou aos guinchos, que o queria assassinar. Querer, queria mesmo. Tinha era medo das consequências. Depois vinha o resto da família dos acendedores, os primos, o cunhado, a tia, eu sei lá, pregavam-me uma sova das antigas, a coisa ainda alastrava aos fósforos e aos isqueiros, nunca mais fumava um cigarro na vida, só de pensar nisso arrepio-me todo, de maneira que lá o acalmei, arranjei-lhe uma bolsinha toda catita, de veludo cotelé, bordeau, dei-lhe todas as garantias, até a minha palavra, de que se apanhasse uma constipação o levava ao médico dos acendedores, que lhe fazia um seguro de vida, com todos os extras, e um seguro de saúde, não me ia sair barato, mas mais valia. E lá se acalmou, acomodou-se na sua bolsinha, ainda meio a choramingar, pelo menos a guincharia tinha acabado e as faíscas também.

    Se quero fazer uns ovos mexidos, saem escalfados, se quero fritar um bife, fica grelhado, se quero grelhar acaba estufado, batatas fritas, então, nem pensar, metem-se todas aos pulos na frigideira, dançam o baile furado que nem umas doidas, metade vai parar ao chão, depois piso naquilo tudo, escorrego, dou um trambolhão, ao óleo ou azeite ou que raio é dá-lhe a gripe das aves, espirra por todo o lado, dou por mim cheio de bolhas nas mãos, pareço que tenho icterícia, e no fim aquilo fica tudo esturricado, se calhar devia era arranjar emprego numa incineradora.

    Bela desculpa, é ou não é?


    Posted by: Rezendes / quarta-feira, janeiro 19, 2005
    |

    << Principal

    This page is powered by Blogger. Isn't yours?

    Creative Commons License