Cuidados e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém, pelo menos é o que dizem, que eu cá para mim caldos de galinha dispenso, assim como o resto do bicho, mas há anos que venho ouvindo isto, também se os cuidados são demais não se arrisca nada e quem não arrisca não petisca, aí está outra das expressões dos adagiários, embora eu lá vá petiscando mais ou menos quotidianamente e não me recordo de nesses petiscos ter arriscado o que quer que fosse, apesar de se calhar vir logo alguém dizer-me ai arriscas, arriscas, olha o colesterol a subir, um dia destes tens as artérias todas entupidas e não há desentupidor que te valha, dá-te um treco e era uma vez.
Estes tais agoirentos são daqueles que partilham cegamente a ideia de que o seguro morreu de velho, que mais vale um pássaro na mão do que dois a voar, cá para mim é ao contrário, do que gosto mesmo é vê-los a voar de um lado para o outro com aquela irrequietude que Deus lhes deu, e se forem mais que dois ainda se torna mais interessante, desde que não se lembrem de aliviar os intestinos mesmo por cima de mim, agora se foi Deus ou não sinceramente que não sei, tenho cá as minhas desconfianças, mas que é isso que habitualmente se diz, lá isso é.
Eu não conheço o tal de seguro, excepto quando chega a hora de pagar os prémios. Que raio de coisa, eu ainda hoje penso que prémios são algo que se ganha num concurso ou num jogo ou coisa no género, mas afinal parece que se tem que pagar os tais de prémios e também me cheira que o tal de seguro está é cada vez mais rico com tanta gente a pagar-lhe prémios quando afinal nunca concorreu a nada que se visse, pelo menos até hoje não recebi notícias disso, e se se desse o caso provavelmente havia de vir no jornal, seguro ganha prémio em concurso de televisão, primeiro prémio do totoloto sai ao seguro, mas nunca li nada que se pareça com tais notícias.
Nem sei bem ao certo o que me levou a escrever sobre isto. Estarei a chegar à data limite de pagar alguma conta? Pode bem ser que sim. Mas terei que conferir.