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  • sábado, janeiro 15, 2005

    Improbabilidades


    Não é provável. Não é mesmo nada provável. Vai uma pessoa a um restaurante chinês, corrijo, não é um restaurante, é uma marisqueira, pede-se os pratos, e a propósito a feijoada de gambas é mesmo boa, escolhe-se as bebidas, e quando vem a garrafa de vinho, a empregada, sorridente como habitualmente aparentam as chinesas, sai-se com um:

    - O meu nome é Cristina, – assim, com o érre redondo mesmo, nada de éle – prova o vinho, faz favor, se não está bom eu levo, o meu nome é Cristina.

    Diz-me o Luís, que é freguês cá da casa, que a Cristina é casada com um açoreano, um conterrâneo meu, não é coisa por demais extraordinária, embora rara, diga-se, que é dona da Marisqueira, do restaurante chinês mesmo ao lado e da loja do outro lado da marisqueira, têm dois filhos e vão passar férias várias vezes aos Açores, o Luís é assim mesmo, de tanto cá vir já sabe a vida daquela gente toda, ou quase, sabe da empregada que está por detrás do balcão que a aviar é uma máquina, do outro que está cá há apenas três meses, eu que me surpreendo com estas coisas porque posso ir há uma data de tempo aos mesmos sítios e não sei nada das pessoas, talvez seja uma tendência para andar distraído das outras vidas que a minha já me chega para me dar água pela barba, salvo seja, que presentemente não uso barba nem ando por aí a mergulhar em tudo o que seja sítio até ficar com a água pela dita.

    Quando a Cristina surge novamente, metemos conversa, o Luís logo que eu também sou dos Açores, tal como o marido dela.

    – Também é da ilha –, pergunta ela – São Miguel? Ribeira Grande? – Pois sou. Vejam só. – Ele é de Santa Luzia.

    Conheço, pois claro que conheço o bairro da Santa Luzia. Sou da Ribeira Grande, da tal do pezinho da vila, que agora é cidade, já foi depois de ter de lá saído, mas agora também são tudo cidades, sai uma pessoa da aldeia, passa meia dúzia de anos e zás, quando volta já é cidade, parece que estes deputados não fazem mais nada senão fazer cidades por todo o lado.

    O Paulo, pois claro, tinha que meter a sua colherada, que é de Angola, embora tenha a impressão que para ele ser de Angola é um bocado como ser de Proença-a-Nova, de Marrocos, do grão-ducado do Luxemburgo, nunca notei que mostrassem um grande apego à terra, como outros que conheço, que sempre libertam longos suspiros quando se fala de África, ah, África, eu cá não é terra que me fascine, não tenho intenções de lá ir, mas o Paulo, que é de Angola, diz logo à Cristina eu sou de Angola, e ela que o marido tinha saído de lá muito pequeno, com doze anos, ou treze, o marido parece ser de todo o lado, dos Açores, de Angola, fico mesmo confuso, já não percebo nada daquilo, o que é certo é que no restaurante chinês, perdão, na marisqueira chinesa, onde a feijoada de gambas é mesmo boa, a chinesa chamada Cristina vai passar férias aos Açores, a São Miguel, à Ribeira Grande, ao bairro de Santa Luzia. Ufa.


    Posted by: Rezendes / sábado, janeiro 15, 2005
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