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  • domingo, dezembro 19, 2004

    Qui pro quo


    Quando falaram em atacar a banca, nunca imaginaram que houvesse quem os levasse a sério. O certo é que, pouco tempo depois de o assunto ter sido mencionado nos noticiários televisivos, a sede do partido ficou muda e queda depois dos telefonemas a agradecerem a ideia e, já agora, que estavam com a mão na massa - e isto devia ser literalmente entendido - a pedir mais esclarecimentos acerca do que estaria na lista para mais uns ataquezitos à sorrelfa, que isto de imaginação já era chão que deu uvas, e uma ajudinha vinha sempre a calhar.
    Aquele dia tinha rendido cerca de dezoito milhões de euros, o que não era nada mau para uns assaltantes de meia-tigela, que tinham feito carreira com umas joalhariazinhas de bairro, nada de monta, o currículo tendia assim para o fraquito, daí que tudo o que surgisse era bem vindo, calhava que nem ginjas, e com os tais milhões já podiam especializar-se e comprar um equipamentozito melhor no estrangeiro.
    Os do partido é que não contavam com aquilo, e muito menos com uma fugazita de informação, vinda decerto de gente mal intencionada, que um partido de esquerda que se preze também lá tem umas ovelhas ranhosas, ou pelo menos invejosas, acerca das tais de chamadas recebidas. No dia seguinte lá estava escarrapachado nos jornais que o partido tal e tal tinha recebido uns telefonemas assim e assado, e por pouco não tinham faltado também os ramos de flores e os chocolates, com ou sem nota de agradecimento.
    Reuniu-se o comité central (ainda não está clara a razão da não existência também de comités à esquerda e à direita do tal central, muito embora tal possa parecer estranho a leigos), foi passada uma valente reprimenda aos sindicalistas desgraçados que abriram a boca para falar dos tais de ataques, apanharam uma valente multa nos vencimentos dos 20 meses que se iriam seguir, que os cofres do partido estavam um tanto ou quanto necessitados, e já se havia começado a pensar em despedir algum do pessoal de secretariado, o que era uma hecatombe numa organização cuja principal ocupação era aparecer nos noticiários precisamente a refilar contra os despedimentos.
    Por fim lá caiu o secretário geral, homem de poucos sorrisos e alguma verve, quiçá um tanto ou quanto «demodé», expulsaram-se uns quantos recalcitrantes críticos, com direito a cerimónia solene de cartões rasgados e tudo, e tudo acabaria por voltar ao rame-rame do costume não fosse o facto de, cerca de três meses depois, alguém ter despejado no passeio à frente da sede do partido uma estátua de bronze com cerca de dois metros de altura em que, numa simbologia um tanto ou quanto a tender para o abstracto, figuravam os símbolos partidários e se lia «Em reconhecimento dos bancários agradecidos». Durante a noite lá conseguiram cobrir o estafermo e levá-lo dali para fora, ao que se crê com a ajuda de meia dúzia de funcionários camarários. Nunca se descobriu a origem de tal encomenda.


    Posted by: Rezendes / domingo, dezembro 19, 2004
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