Hoje passei o dia em reuniões. Valha-me Deus. Já sei que há por aí uns quantos que vão ler isto e começar com esta história do Deus para cá e para lá, mas trata-se tão só e apenas de uma forma de expressão.
Diz daqui, diz dacolá, não ouvi nada de produtivo. E se abri a boca também acabei por não dizer coisa com coisa. É uma questão de contágio. Será?
O tempo que se perde nestas coisas quando devíamos era estar na rua, a ouvir as árvores, a apanhar sol, a ler um livro, a ver o mar na praia, a beber uma cerveja, a comer um gelado - gosto mais da palavra sorvete, mas está em desuso, pouco se pode fazer pelas palavras que se vão sumindo aos poucos e poucos a não ser lembrá-las de quando em vez -, a comer uns mariscos, a beijar-te aqui ao lado, sempre que me apetece beijar-te, que é a todos os segundos, a dizer-te coisas sem pés nem cabeça como faço tantas vezes, com umas asneiras à mistura, que em público raramente as digo, ficam reservadas para ti, e não leves a mal que eu sou assim mesmo e não há nada a fazer.
Mas perdi tantas horas de ti metido numa sala com conversas trocadas que não sei já se quando saí ainda lá fiquei ou não, afinal trocado fiquei eu, e tudo isto para nada, para nada de nada, que tudo fica na mesma depois disto tudo.